Estudo aponta a influência da alimentação e das relações interpessoais na infância

Parafraseando a frase de Chico Buarque de
Holanda na música “com açúcar e com afeto, fiz seu doce predileto…”,
introduzo a postagem de hoje com o tema do Módulo II do “Programa de
Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância”, realizado
na semana passada no INSPER em continuação ao Módulo I realizado em
março em Harvard.
Aproveitei a frase musical para falar de dois dos temas relacionados à Primeira Infância. O primeiro é sobre a obesidade infantil,
que me levou a alterar o nome do título da postagem para “sem açúcar”.
Como se sabe, a obesidade é uma das doenças que mais crescem na infância
no século 21. Estima-se que mais de 30% das crianças e dos adolescentes
têm sobrepeso no Brasil e 17% já estão obesos.
No início de fevereiro, foram divulgados
os resultados de um levantamento realizado pelo Programa Meu Prato
Saudável, coordenado pelo Instituto do Coração (Incor), do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, no município de São Paulo,
apontando que 66,3% dos entrevistados estão acima do peso, 28,9% estão
obesos — sendo 19% com obesidade grau 1 (forma mais leve) e 7,2% com
grau 2, e 2,7% com o grau 3, conhecido como obesidade mórbida — e 37,4%
com sobrepeso.
Veja a tabela abaixo:
Enquanto os alimentos ricos em açúcar e
em gordura, mas pobres em nutrientes, que só eram oferecidos às crianças
em ocasiões especiais, passaram a fazer parte da rotina alimentar de
muitos meninos e meninas. Andar a pé ou brincar na rua deixaram de ser
hábitos tão frequentes e foram substituídos pela televisão, pelo
videogame, pelo computador e pelo carro. A ansiedade e o estresse para
os quais a forma de escape, muitas vezes, é comer em excesso,
tornaram-se comuns entre crianças.
O segundo tema muito discutido é sobre o afeto.
Cada vez mais se pontua que uma infância saudável é aquela com relações
interpessoais. Quem estuda o impacto da violência doméstica e da falta
de interação entre a criança e outras pessoas, relata esses fatores como
importantes para o estresse tóxico, que influenciará por toda a vida
dela.
Terminando, fica o recado de menos
açúcar, gorduras e coisas que adocem a vida da criança para mais
carinho, mais afeto, mais envolvimento para que elas se tornem adultos
saudáveis do ponto de vista biológico e psicológico.
Por Dr. José Luiz Setúbal
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